Mielopatia Cervical
Por Prof. Doutor Ricardo Rodrigues Pinto, Médico Ortopedista e Especialista em Coluna Vertebral. Escolha o melhor para a sua coluna.
O que é a mielopatia cervical?
A mielopatia cervical é uma doença degenerativa que pode ter várias etiologias e em que ocorre a compressão da medula espinhal na coluna cervical (pescoço).
A coluna cervical contém sete vértebras (C1 a C7), com seis discos intervertebrais e oito raízes nervosas. A medula espinhal encontra-se no interior do canal vertebral, formado pelas vértebras.
Na coluna cervical ramificam-se oito raízes nervosas que controlam a função dos ombros, braços e mãos. A medula controla todas as funções (motora, sensitiva e esfíncteres).
Sintomas de mielopatia cervical
A mielopatia cervical é uma doença degenerativa que pode ter várias etiologias e em que ocorre a compressão da medula espinhal na coluna cervical (pescoço). A coluna cervical contém sete vértebras (C1 a C7), com seis discos intervertebrais e oito raízes nervosas.
A medula espinhal encontra-se no interior do canal vertebral, formado pelas vértebras. Na coluna cervical ramificam-se oito raízes nervosas que controlam a função dos ombros, braços e mãos. A medula controla todas as funções (motora, sensitiva e esfíncteres).
Sintomas de Mielopatia Cervical
A mielopatia cervical produz vários tipos de sintomas que se podem sentir na coluna cervical e nos locais do corpo na ou abaixo da zona comprimida da medula espinal.
Os sintomas principais e mais característicos da mielopatia cervical são:
- Perda da destreza manual (dificuldade em manusear objetos – como canetas ou moedas – apertar botões, escrever…)
- Alterações da marcha (marcha em passada de base alargada e hesitante)
- Alterações de esfíncteres (retenção ou incontinência)
Outros sintomas de mielopatia cervical podem incluir:
- Dor na região cervical
- Rigidez e tensão
- Redução da amplitude de movimento
- À medida que a mielopatia progride, pode sentir dor / “choque” com origem no pescoço e descendo pela coluna vertebral.
- Perda de força nos braços e nas mãos
- Adormecimento ou formigueiro nos braços e mãos
- Perturbações do equilíbrio
A dor no pescoço é um sinal seguro de mielopatia cervical?
Muitas pessoas sentem dores no pescoço, mas nem todas as dores no pescoço podem ser rastreadas até à mielopatia cervical.
Alguns pacientes com esta condição não têm dor no pescoço. A causa da sua dor no pescoço pode ser muscular e não neurológica, pelo que o diagnóstico diferencial deve ser realizado por um ortopedista especialista na área da coluna.
Quais as principais causas de mielopatia cervical?
Um tipo comum de mielopatia cervical é a mielopatia espondilótica cervical. O termo “espondilótica” refere-se a uma das causas possíveis da mielopatia – degeneração gradual da coluna vertebral que acontece à medida que envelhecemos. Por esse motivo, a mielopatia espondilótica cervical é mais comum em pessoas com 50 anos ou mais.
A degeneração gradual da coluna vertebral assume frequentemente a forma de estenose cervical, que consiste no estreitamento do canal vertebral ao nível da coluna cervical. Algumas pessoas nascem com um canal vertebral estreito (estenose canalar congénita) e podem sofrer mielopatia mais cedo do que outras se ocorrer um estreitamento adicional – que poderá ser degenerativo, mas também em casos de trauma cervical.
Outras Causas da Mielopatia Cervical
- Para além do desgaste gradual da coluna vertebral, a mielopatia cervical também pode ser causada pela ossificação (endurecimento) dos ligamentos que envolvem a medula espinal.
- A ossificação do ligamento longitudinal posterior (OPLL) é mais comum.
- Isto significa que o tecido mole que liga os ossos da coluna vertebral se torna menos flexível e lentamente transforma-se em osso (ossificação).
- À medida que o ligamento se torna mais espesso, começa a ocupar mais espaço e a exercer pressão sobre a medula espinal, o que leva à mielopatia. A região cervical da coluna vertebral é o local mais comum para a ossificação do ligamento longitudinal posterior.
Outras causas de mielopatia cervical podem incluir:
- Artrite reumatóide da coluna cervical
- Traumatismo cervical em chicote (como ocorre após acidentes de viação) ou outro traumatismo da coluna cervical
- Infeções da coluna vertebral
- Tumores da coluna vertebral e formas agressivas de cancro
Diagnóstico da mielopatia cervical
Um dos aspetos mais preocupantes da mielopatia degenerativa cervical prende-se com a seu diagnóstico. Os estudos estimam que a maioria necessita de 5 visitas médicas diferentes até chegar a um cirurgião de coluna e ter o diagnóstico definitivo.
Em média, desde o aparecimento dos primeiros sintomas e o diagnóstico, passam mais de 2 anos.
Isto porque os sintomas da mielopatia cervical não são exclusivos desta condição e são muitas vezes confundidos com sinais “normais” de envelhecimento. No entanto, existe forte evidência que, para um melhor resultado do tratamento, este deverá ser realizado até aos 12 meses após o aparecimento dos primeiros sintomas, sendo que a partir dessa fase o potencial de recuperação é menor.
Para diagnosticar a mielopatia cervical, o ortopedista especialista em coluna vertebral realiza um exame físico em que avalia a coordenação motora, destreza, capacidade de marcha, força muscular, sensibilidade e reflexos dos membros.
Na suspeita desta patologia pode solicitar exames complementares de diagnóstico nomeadamente RX, TAC ou Ressonância Magnética – que é o exame de eleição para o diagnóstico definitivo e definição de tratamento.
A realização de uma eletromiografia pode ser útil para se entender a extensão das lesões neurológicas.
Tratamento da mielopatia cervical
Existem algumas opções não cirúrgicas para aliviar os sintomas da mielopatia cervical, incluindo fisioterapia e o colar cervical. No entanto, para eliminar a compressão da medula e prevenir o agravamento da patologia, a cirurgia é muitas vezes necessária.
Existem alguns procedimentos cirúrgicos que podem ser recomendados para tratar a mielopatia cervical.
O princípio fundamental do tratamento cirúrgico da mielopatia cervical baseia-se na descompressão da espinal medula e alargamento do canal vertebral, habitualmente com alguma forma de estabilização. Isso pode conseguir-se através de abordagens anteriores ou posteriores.
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